quinta-feira, 16 de julho de 2009

história de alguns missionários

Guilherme Carey (1761-1834)
É chamado "o pai das Missões Modernas". Nasceu na Inglaterra, de família pobre. Estudou várias línguas, geografia, história, Bíblia, biografias missionárias e as aventuras do Capitão Cook. Converteu-se na adolescência e pertencia a um grupo de batistas.
Dedicava-se ao estudo nas horas de folga. Pastoreava uma igreja pequena e, para se sustentar, fazia sapatos. Em 1792, publicou um livro com o título "Uma inquirição sobre a responsabilidade dos cristãos em usarem meios para a conversão dos pagãos". Demonstrava grande preocupação missionária e queria se envolver diretamente na evangelização dos pagãos. Numa pregação, falou: "Espere grandes coisas de Deus; tente grandes coisas para Deus".
Em 1792, foi organizada a Sociedade Missionária Batista e, no ano seguinte, Carey rumava para a Índia.
A estratégia empregada por Carey se baseava nos seguintes pontos: a) conversão individual; b) formação de uma igreja nacional autônoma; c) uso de leigos bem preparados no estudo da Bíblia; d) preparo de pastores nacionais; e) tradução da Bíblia e de literatura cristã; f) participação ativa na sociedade, influenciando a legislação e o ensino.
Carey teve muito sucesso, mas também enfrentou grandes dificuldades, começando em seu próprio lar. Sua esposa não se adaptou à vida longe da pátria. O relacionamento com a Sociedade Missionária nem sempre foi harmonioso e os problemas econômicos se faziam sentir.
Depois de muitos anos de trabalho, pôde colher os resultados evangelísticos, fundar uma igreja e traduzir a Bíblia para várias línguas e dialetos. Sofreu, então, um grande abalo, quando um incêndio destruiu as traduções que tinha feito e todo o material tipográfico. Ele começou tudo de novo. Até agradeceu a Deus, porque sentiu que, na segunda vez, seu trabalho ficou melhor. Traduziu a Bíblia para 35 línguas e dialetos e outros livros da cultura indiana, também. Influenciou o governo indiano para a proibição do "sati", a queima das viúvas junto com o cadáver do marido. Estabeleceu uma sociedade agrícola para melhorar a nutrição. Lutou contra o sistema de castas. Estudou e se tornou mestre dos escritos clássicos em sânscrito.
Carey entendia que a obra missionária incluía a transformação dos paradigmas de uma nação e, para que isso ocorresse, era preciso conhecer profundamente a cultura local.

Adoniram Judson
Adoniram Judson fez parte de um grupo de sete alunos do Seminário Andover (EUA), que oraram em um monte de feno, onde se abrigaram durante um temporal. Ali sentiram a chamada para Missões. Como resultado, foi fundada a primeira sociedade missionária na América do Norte, a Junta Americana para Missões Estrangeiras (1810). Judson foi para a Índia, em 1812, onde se tornou batista (era congregacional) e, em 1813, foi para a Birmânia. Trabalhou seis anos até ver o primeiro birmanês convertido. Casou-se três vezes. A primeira esposa, conhecida como Ana de Ava, conseguiu preservar os manuscritos da tradução da Bíblia escondidos em um travesseiro, durante a prisão do marido, em uma das muitas perseguições que sofreram.
Para evangelizar, Adoniram Judson ficava em um pagode (zayat, uma cabana típica para culto religioso). Era um trabalho lento, que exigia grande persistência. Como dizia Judson: "Conquistar um convertido, nestas regiões, é como tirar um dente canino de um tigre vivo".

Hudson Taylor
Inglês, com conhecimento de Medicina, foi para a China com 21 anos de idade. Na época, todos os missionários ficavam em colônias inglesas nas cidades portuárias. Taylor sentiu que os missionários precisavam alcançar o interior. Fundou a Missão para o Interior da China, em 1865.
Seus métodos de trabalho incluíam:
Não pedir dinheiro ou levantar ofertas;
Identificar-se com os chineses na vestimenta, casa, comida, língua, meios de transporte, etc..
Ter autonomia na administração da missão, não dependendo de instruções da sede, na Inglatera;
Não pagar salário aos obreiros nacionais, para evitar o paternalismo;
Viverem todos no mesmo nível, compartilhando as suas rendas e despesas;
Preocupar-se com as necessidades dos missionários. Todos sempre tiravam férias, sabendo que precisavam de descanso e tempo para meditação.
Ter bom preparo, antes de iniciar o trabalho no campo missionário.
Não batizar antes de ter certeza que os novos convertidos eram de fato cristãos.
Apoiar financeiramente outras organizações e missões.
Estabelecer igrejas autóctones, dirigidas por chineses.
Servir e não ser servido.

Maria Slessor (1848–1915)
Era escocesa, de família pobre. Quando menina, fugia de casa e passava a noite na rua, para fugir à violência do pai alcoólatra. A mãe trabalhava muito para sustentar a família. Crente dedicada, criou os filhos no Evangelho e com visão missionária.
Maria Slessor trabalhou em Calabar, na África, onde vivia com simplicidade e evangelizava com ousadia e coragem. O povo a chamava de "mãe de todos os povos". Vivendo no centro do comércio de escravos, Maria presenciava cenas chocantes de morte, tortura e angústia humana. Atendia os oprimidos, cuidava de bebês abandonados, pregava, ensinava, consolava. Geralmente, tinha cerca de 12 bebês em sua casa. Realizou trabalho tão relevante que conseguiu até a admiração das autoridades. Tinha profundo conhecimento da cultura e das leis do país. Ela foi criticada, junto com outros missionários, porque considerava os africanos como seres humanos e irmãos, quando muitos os consideravam seres inferiores na escala de Darwin.

Amy Carmichael (1867–1951)
Irlandesa, foi para a Índia em 1895 e lá permaneceu por 55 anos, sem voltar para seu país de origem. Identificou-se completamente com a cultura local. Trabalhou na evangelização de mulheres, fundou um orfanato onde abrigou centenas de crianças salvas da prostituição religiosa, escreveu livros e influenciou a vida religiosa e social do país. Por sua causa, a prostituição ritual de crianças foi proibida.
Outros nomes poderiam ser citados, para nossa grande inspiração: Davi Livingstone, o missionário aventureiro e explorador, que descobria novas terras e pregava o evangelho em solo africano; Samuel Zwemer, o "apóstolo aos muçulmanos", que formou a Missão Árabe; William Cameron Towsend, o fundador da Missão Wicliffe (atual Sociedade Internacional de Lingüística), que possibilitou a tradução da Bíblia para mais de 2 mil línguas diferentes. E tantos outros.
O Grande Século Missionário existiu porque crentes foram avivados pelo Espírito do Senhor e os obreiros vocacionados atenderam à voz de Deus e partiram para povos ainda não alcançados, dentro das fronteiras de suas pátrias ou em terras longínquas. Sua obediência e dedicação à Palavra de Deus levam-nos a louvar ao Senhor e pedir que tenhamos zelo semelhante, para a glória do nosso Deus, um Deus missionário, que enviou o seu próprio Filho para a salvação do mundo.

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